sexta-feira, 27 de agosto de 2010
O CASTELO DOS CINCO REINOS – A ORIGEM
“Existia há muito tempo atrás cinco reinos vizinhos de semelhante riqueza e poder. Todos muito belos e conhecidos, quase não havia contendas entre eles.
Um dia um nobre vindo de longe ficou encantado com a rara beleza que encontrou no ponto em que os reinos se tocavam. Conversou então com cada um dos reis para lhes comprar um pedaço da área para erguer ali um suntuoso castelo para vir morar com sua esposa e filhos. Disse ainda que poderia servir de mediador em caso de contendas entre os reinos e que cederia o castelo como ponto neutro para a resolução das mesmas. Todos venderam.
Depois de poucos anos estava erguido o Castelo das Cinco Torres, pois tinha torres em casa extremidade voltada para o reino vendedor.
Trouxe então sua família para morar ali: sua esposa Amélie, seus dois filhos e trés filhas. Houve um baile para comemorar o fim da construção e mudança para o novo castelo da região – ou das regiões. Os reis foram convidados e levaram suas rainha, seus príncipes e suas princesas. Como era de se esperar cada filho do nobre fez par com um príncipe ou princesa. E foi aí que começaram as divergências:
Os cinco casais apaixonaram-se de imediato – quase que por mágica – e os pais discutiam por coisas pífias como a data para cada casamento, onde morariam seus filhos
e coisas assim que cabiam aos apaixonados resolverem e não seus pais.
Casaram-se todos no mesmo dia e mudaram para o castelo.
Os reis estavam velhos e toda a agitação de combater uns com os outros pelo direito o primeiro príncipe herdeiro os fatigou demais. Os filhos pararam e falar com os pais até que numa manha como que por obra de uma magia rum, os reins não acordaram mais. Os cinco morreram na mesma noite!
Consideraram então os novos reis que este castelo havia amaldiçoados todos os reinos. Tiveram seus filhos e ficaram com medo dessa maldição também estar nas crianças, deixaram-nas então sob os cuidados do velho dono do castelo e desapareceram da terra em busca de felicidade longe dali... Os tronos ficaram vazios!
Muitas pessoas diziam que era obra de bruxaria, outros diziam que seria melhor assim, mas o povo precisava de alguém que os governasse. Nasceram para erem liderados... Foi a partir daí que o Castelo das Cinco Torres passou a se chamar Castelo dos Cinco Reinos, pois aqueles cujas cabeças assentam as coroas reais moram todos no mesmo castelo e há quem diga que dividem a mesma sala do trono!”
Melanin não conseguia acreditar na história contada pelos aldeões de Patsarga, mesmo por que não existem mais reis ou rainhas há séculos, atualmente vivem o tempo dos Prefeitos e Conselhos, mas a fábula é unânime: O castelo está lá e não está vazio...”
Demorou seis dias para chegar até a última vila antes do castelo por conta de uma chuva que não parecia terminar nunca. Normalmente ignoraria isso e chegaria molhado,mas levava consigo seu valioso bandolim de carvalho e não poderia perdê-lo.
Já conseguia ver ao longe o castelo e ele é de fato magnífico. Só então que Melanin reparou que chovia apenas sobre uma das torres do palácio.
“Será mesmo o castelo amaldiçoado? Deste modo Nancy só pode ser um fantasma!” pensou ele logo afastando este pensamento. “O povo é fácil de enganar com histórias fantasiosas, eu sei bem; vivo disso.”
Escondeu seu valioso instrumento num buraco rochoso e o cobriu com folhas e lascas de árvore, para não estorvar no caso de precisar sair correndo de lá.
Pensou nas intermináveis piadas que seu amigo historiador faria dele quando soubesse que estava apaixonado por um fantasma - que é coisa que nem existe!
- Bom, se for um fantasma terei de morrer, pois de um modo ou de outro eu a amo e não vou voltar!
E mais uma vez Germano Melanin estava se lançando numa empreitada maior do que sua impulsividade o permitia calcular. Rumava com passos firmes na chuva fina até o
Castelo dos Cinco Reinos.
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"O essencial é invisível aos olhos"