Semana 6 – Diego Simonelli - O sóbrio mais doidão que já conheci.
“A amizade não é algo que surge do dia para a noite. Deve ser conquistada e construída com o tempo”. Essa frase é profunda e verdadeira, mas apenas se estivermos falando de relacionamentos adultos, pois com crianças é exatamente o oposto: Se encontra em algum lugar, dá “oi”, brinca junto, pronto; amigo para sempre. Nem precisa ser melhor amigo, já que este vai mudando com o tempo, a estação ou o lugar onde mora.
Diego é um destes casos de amizade que não tem início memorável, nem fase de melhor amigo, mas que um dia começou e está claro para qualquer amigo dele, que durará para sempre!
Quando crianças éramos vizinhos e foi meu jogador de RPG mais jovem – tinha 7 anos quando começou a se aventurar pelas minhas histórias improvisadas de cavaleiros e dragões. E ali naquele espaço de tempo que duravam nossas sessões de jogo, fomos nos conhecendo, eu o pus a prova moral diversas vezes em cena e ele sempre passou. deve se lembrar que eu cobrava que tivesse boas notas na escola para que sua mãe não o proibisse de jogar por baixo rendimento escolar. Éramos vidrados em novos jogos e sempre que surgia um novo desenho animado, ele já me pedia para fazer um jogo do tal desenho. E eu fazia.
Eu o vi crescer – de verdade, estava lá quando a altura dele batia no peito, e saí de lá quando a minha altura batia no peito dele.
Já me pediu conselhos, encobriu minhas traquinagens, foi alvo das piadas de toda a turma e sempre esteve lá, seja para fazer companhia para ir a algum mercado (costume antigo...), pra jogar video game, tocar violão, guitarra, compor música e poesia. Ainda hoje me divirto ao lembrar de como o cara começava a rir sozinho, gargalhar do nada, e dizia que estava “lembrando de uma parada engraçada lá do colégio”.
O garoto cresceu. Virou homem. Estudou. Hoje é um policial militar, parceiro e pai!
É a personificação da vitória sobre todos os medos da infância.
E não importa quanto tempo passe ou quantos quilômetros nos separem, pois sempre que nos reencontramos lembro daquele menino que ouvia minhas historias, com seus olhos brilhantes e suas interações inusitadas e lendárias.
Sinto-me um pouco velho escrevendo isso, mas não consigo evitar...
Às vezes, quando sei que meu dia vai difícil e cansativo, eu lembro do que nossas mães diziam quando saíamos para o mercado juntos, e hoje ao pensar na sua profissão, difícil e perigosa, não consigo deixar de dizer o mesmo para você, amigo: “Toma cuidado. Vai pela sombra, e volta logo”.
Eu te amo, carinha. Tenho muito orgulho do homem que você se tornou, e tenho certeza que seu filho também terá.
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