Semana
11 – Robson, a felicidade inconsequente.
Um dia há muitos anos atrás, em minha
adolescência, eu estava no beco de casa conversando quando me surgiram duas
figuras icônicas: um menino gordinho de cabelo engraçado sendo seguido por
outro menor segurando uma maleta, no maior estilo “gangster do jardim de
infância”, uma figura até respeitável, não fosse a voz fina e esganiçada ao me
perguntar “Charles tá aí?”. Nunca mais deixamos de rir daquela aparição em
nossas vidas.
O
pequeno chefe era Robson e só para conhecimento, o que tinha na maleta eram Tazos
– fenômeno entre as crianças da década de 1990.
Pouco
tempo depois Robson entrou para meu grupo de RPG. Era um garoto difícil, e
cresceu assim, impulsivo, brincalhão, desbocado, simplista e teimoso. Um amigo
como nenhum outro. Bebemos muito juntos, mas as maiores doideiras e estripulias
ocorriam sóbrios.
Conheci
sua casa, sua família e fui acolhido por eles: a generosidade e o café da dona
Gilva, o respeito da Thaís (ou seria Faís?) e a jovialidade engraçada do
Gilberto (e os sapinhos na barriga). Sempre que volto à Vitória, preciso ir
visitá-los para que saibam que não os esqueci e os levo em meu coração para
sempre.
Vi
o garoto crescer e amadurecer (de alguma forma tinha que acontecer), o vi
vencer alguns demônios pessoais e se reconciliar com seu passado, parar de
beber e se amarrar a outro coração.
Robson
é a personificação da alegria, é a figura que faz piada apesar do desconforto.
É aquele que enfrenta os problemas com objetividade e diminui a importância
daqueles que não pode resolver. Não sofre mais que o necessário com aquilo que
pode ser resolvido depois. É parceiro, caseiro e atencioso, quando precisa, mas
tem uma barrinha de energia que se enche muito rápido e precisa dispersá-la o
quanto antes para que não exploda e machque alguém, sobretudo a si mesmo.
Sou
padrinho de seu casamento, assim como ele é do meu. Estamos ligados por laços
de amizade tão fortes quanto o tempo pode permitir. Nossos filhos ainda
brincarão juntos e quem sabe até vençam um dragão...
Robson,
eu esboço um sorriso toda vez que lembro de nossas besteiras e torço que mesmo
com as responsabilidades da vida adulta, nunca deixemos de ser assim: bobos.
Sucesso
com suas escolhas.
Eu
te amo, cara.
Que lindo. hahaha A vida adulta é mesmo um negócio estranho. Quando percebemos já estamos trilhando caminhos tão opostos, distantes. Que mantenhamos firmes as boas lembranças e os laços fortes destas amizades, de quem já muito nos viu penar e nos ajudou a crescer.
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