domingo, 31 de maio de 2009

Ana, o Guizo e o Saco de Estrelas

(Texto dedicado a minha amiga do Espírito Santo, Anaguiza - Demorou, mas saiu.)


Certo dia viu um lindo desenho de sua amiga e ao perguntar o que era aquela coisa com cinco pontas a resposta foi:
- É uma estrela.
“Mas a estrela não é um ponto?” Pensou a jovem Ana.
- Essa tem cinco pontas, mas sei desenhar também com três, quatro, seis, e oito pontas! Gabou-se a amiga.
- Nossa oito pontas! Surpreendeu-se Ana.
Um ponto não tem ponta alguma além de si mesmo. De repente essa história de estrela se mostrou bem mais intrigante.

Ana cogitava o motivo de não enxergar as estrelas com pontas. /será que as estrelas não gostam dela?
Não era isso. Descobriu que as pessoas mais odiáveis também as veem, entretanto não dão tanta importância.

Descobriu Ana depois disso que as estrelas não eram apenas o que ela não enxergava, mas nada parecia tão importante quanto isso.

Decidiu se tornar amiga delas para conseguir vê-las. Aprendeu a desenhar estrelas de muitas pontas, mesmo sendo cópias do que os outros viam e ela não, e ainda assim as suas eram bem mais bonitas.


Aprendeu ternas canções para elas e cantava sempre que conseguia ficar sozinha com o céu noturno... Até confidências passou a fazer.

Um dia, ou melhor, uma noite enquanto cantava para o manto negro acima dela, Ana viu uma luzinha brilhar. A luz foi ficando maior e se movia... Parecia um pássaro de luz branca vindo em sua direção. Ela não conseguiu fazer mais nada além de cantar mais alto para o pássaro.

Não era um pássaro, mas um anjo!
Um anjo jovem e bonito.

Ele explicou que era um anjo do céu e que estava ali para realizar o desejo dela de ver as estrelas e lhe pedir um favor. Se aceitasse seria capaz de ver até mesmo as estrelas adormecidas. Ela aceitou.

O anjo disse então que parte das estrelas do céu já estão dormindo ou mortas, mas continuam a brilhar por séculos antes de desaparecer. Disse ainda que cada vez que uma criança deixava de acreditar em alguma fantasia uma estrela morria na hora e caía do céu. Essa estrela cadente tem o poder de realizar um desejo a quem a contempla em queda, mas pode enriquecer o mais pobre dos homens e fazer inveja ao mais rico dos reis.

O favor seria recolher essas estrelas cadentes para não caírem nas mãos de uem não merece. Para tal ele a entregou um guizo que soaria toda vez que uma estrela despencasse do céu e um saco para guardá-las. Disse ainda que poderia usar cada estrela do saco para realizar um desejo fazendo ela se apagar e sumir, mas cada desejo usado faria sumir de suas vistas o brilho de dez mil estrelas do céu. Elas ainda estarão lá, todavia Ana não poderia mais vê-las.

Ela aceitou. Ajudaria o mundo ao custo de sua vitória. Chegaria uma noite em que olharia para o céu e não veria nada além da lua.

E saiu Ana, o Guizo e o Saco de Estrelas com sua sina de realizar o desejo dos outros a custa do seu...



***

Quem ouve o canto das estrelas nunca esquece.
Quem já se banhou em sua luz nunca mais estará sujo
E antes do amanhecer se erguerá às alturas como uma estrela de cinco pontas.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pegadas ao Vento - A Guerra da Razão

"A Guerra da Razão aconteceu aqui em Peradór a 150 anos, mas sua lembrança é muito nítida na cabeça dos Perdosos (quem nasce em peradór=perdoso).

Acontece que um dia Uma criatura chamada Béllicus apareceu por aqui trazendo sede de conhecimento e aqueles que o ouviram logo começaram a criar coisas e mais coisas,em pouco tempo ele se revelou um avatar de si mesmo; Béllicus o deus ds Tecnologia!

E em menos de 10 anos muita coisa já havia mudado e no fim do 30º ano a "tecnologia" rivalizava tanto com as capacidades mágicas, que alguém decidiu que a outra a tornava obsoleta e assim então os mago e os tecmagos lutaram por 3 anos.

No fim os tecmagos venceram e aprisionaram os 6 Magos Anciãos num cubo mágico e desde então nenhuma magia funcionou corretamente em Peradór sem o aval dos tecmagos.Ainda se encontra um mago aqui ou ali, mas são raros e de pouco juízo.

...Aqueles que forem vistos usando magia serão advertidos e é até possível que presos quando não... mortos."

Dânea, a coruja falante da floresta Yxion, Peradór.

Cicatrizes e Lágrimas - A Última Lição

Erian, o mago do fogo, chegou bem perto da fogueira e pode ouvir o crepitar dos gravetos e o cheiro agre-doce deles queimando...

A lua brilhava forte como o sol naquela noite e isso o trransportou para algum lugar em seu passado

...

MESTRE TIMOTY: O fogo é uma força que requer muito controle. Sua presença pode matar ou salvar vidas, pode destruir ou modelar...

Mestre Timoty foi aquele que substituiu sua família e lhe ensinou a base de seu aprendizado quando Erian mostrou que tinha dons de manipulador das chamas aindagaroto...

ERIAN: Eu tenho controle!

MESTRE TIMOTY: Então me explique todas essas queimaduras?

ERIAN : É que as vezes ...

MESTRE TIMOTY: Às vezes é muitas vezes Erian! Se houver falha ao lidar com o fogo que seja uma, duas ou três vezes, mas EM TODA UMA VIDA!! Você é o discípulo que mais rápido aprendeu as técnicas de invocação das chamas mágicas que já tive, mas deixa isso lhe subir a cabeça...

Era bom ser repreendido por ele. Fazia o jovem ter certeza que alguém se importava de verdade... qualquer outra pessoa teria os cabelos incendiados, mas não Timoty. Ele não.

ERIAN: Vou me lembrar disso mestre... Pra sempre! Não vou mais errar com o fogo!

MESTRE TIMOTY: Tudo bem. Agora continue.

Duas horas depois a casa do mestre ardia em chamas e o pequeno Erian se exilou numa caverna por 3 meses até ter certeza de que não cometeria mais enganos pífios...

...A noite estava mesmo muito clara e a fogueira mágica bem forte, mas ainda assim o mago do fogo sentia um frio dentro de si...

ERIAN: Eu não cometo mais erros com o fogo mestre...

Ultima frase para a Pira Funerária, que ele mesmo fez para seu finado mestre anos mais tarde.