Entrei no ônibus e me sentei ao lado de uma senhora. Continuei a leitura de um livro que trazia comigo para estas ocasiões, e então percebi a inquietação de minha vizinha de assento. Olhei para o banco da frente ao nosso e percebi (pela fala e trejeitos) que os ocupantes - dois rapazes - eram gays, e conversavam bem baixinho sobre preferências musicais e artisticas.
Perfeitamente normal: gente se gostando e gente desgostando de gente se gostando.
Perfeitamente normal: gente se gostando e gente desgostando de gente se gostando.
Até que em dado momento, as preferências combinaram e um deles, feliz, deu um beijinho na bochecha do outro. A mulher não emitia som algum, mas fez uma cara de tamanha surpresa seguida de indignação que eu me surpreendi dela não ter enfartado ali. Passou a balançar a cabeça negativamente, quase não se contendo.
Por coiscidência os rapazes desciam no mesmo ponto que eu, pois se levantaram para sair. Daí quando o ônibus abriu a porta, eu não resisti; me aproximei mais da senhora e sussurrei em confidência:
- "Se mais alguém pudesse ouvir o que você pensou, estaria bem encrencada..."
Desci do ônibus e a vida segue normal, mas acho que até agora aquela senhora está com aquela cara de espanto e se perguntando se deixou escapar algo ou se eu ouvi mesmo as merdas que ela estava pensando.
Cuidado crianças, pensar alto também ofende.
Por coiscidência os rapazes desciam no mesmo ponto que eu, pois se levantaram para sair. Daí quando o ônibus abriu a porta, eu não resisti; me aproximei mais da senhora e sussurrei em confidência:
- "Se mais alguém pudesse ouvir o que você pensou, estaria bem encrencada..."
Desci do ônibus e a vida segue normal, mas acho que até agora aquela senhora está com aquela cara de espanto e se perguntando se deixou escapar algo ou se eu ouvi mesmo as merdas que ela estava pensando.
Cuidado crianças, pensar alto também ofende.