sábado, 15 de setembro de 2012

VENDEDOR DE LENÇOS

Não sei como funciona o cérebro humano nem o coração dos homens, sei apenas que pensamos e sentimos e não é preciso ir muito além em divagações românticas para chegar a conclusão de que dentre os sentimentos o que mais cativa as pessoas e tem papel especial na rotina humana é sem dúvida o amor. É mais que necessário amar e me arrisco a dizer que é ainda mais necessário ser amado. Mas como todos sabem a vida é feita de opostos: bem e mal, vida e morte, noite e dia e aquele que não poderia faltar por se tratar justamente disso essa conversa, amor e ódio. O ódio tem um poder arrebatador quando brota em alguém. Assim como existem vários tipos de amor (fraternal, platônico, material, etc.), existem também vários tipos de ódio, a começar pela raiva que é o cerne de todo e qualquer ódio. Não sou teórico de coisa nenhuma, nem mesmo graduado em nada, tranquei a matrícula de minha faculdade de geografia e nunca mais consegui voltar. Teorizo sobre amor e ódio para introduzir os fatos que vou narrar em seguida. Não ocorreram comigo, mas com meu vizinho. Ouvi tudo pelas paredes finas de meu apartamento, acho ainda que nem precisavam ser assim tão finas, pois às vezes parecia que o bairro todo ouvia.

Moro em um condomínio fechado de apartamentos, em uma das seis torres de quinze andares: bloco E apartamento 63. Estou desempregado há pouco mais de um mês, portanto tenho muito tempo ocioso no apartamento. Procuro sim por um novo emprego, afinal o Seguro Desemprego não durará para sempre, mas de fato tirei uns quinze dias para apenas descansar e foi neste período que motivado pela instigante paranoia de alguns filmes americanos comecei a observar furtivamente meus vizinhos. Registro aqui neste diário o que vi, pois desisti da geografia para ficar com o jornalismo que embora não tenha cursado faculdade alguma é de onde retirava meu sustento: escrevo histórias sensacionalistas para tablóides baratos, periódicos alternativos e jornais grandes que tem um pé na imprensa marrom. Não é algo de se orgulhar, eu sei, mas é como dizem: “enquanto uns choram, outros vendem lenços”, e eu sempre vendo os meus. Trabalhava numa empresa especializada em vender esse tipo de história, pois ir pessoalmente é fracasso quase garantido, mas a história que vou contar não é ficcional e não vai ser publicada em tablóide nenhum, quando muito a verão estampada nas páginas de um livro exposto nas melhores livrarias de sua cidade.


Aguardem...

SEM POR QUE DE SER...

- Meu primo disse que todo Leonardo é gay, não conheceu até hoje, com exceção do cantor, nenhum que não fosse.

- que primo?

- o Leonardo.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

AJUDA MÚTUA

Estou com um problema para postar, pois não consigo fazer novos parÁGRAFOS Aqui no blog. Não sei se é alguma configuração HTML que não entendo nada ou se estou fazendo alguma burrice.

Alguma luz a este respeito?

Estou animado para retornar as postagens constantes, mas quero fazer direito.

Apesar de ser canhoto.

sábado, 8 de setembro de 2012

FÔLEGO

É impressionante como não damos valor às coisas básicas até que elas façam falta. O que é lógico para a maioria das pessoas é que só existe beleza na novidade. Como entender a glória de enxergar sem nunca ter ficado sem ver? Que graça há em respirar para quem nunca se afogou? Na água, na fumaça ou em si mesmo, não importa. Não respirar é desesperador. Incapacitante. Vestir um manto de impotência e não conseguir desabotoá-lo. O corpo treme e o espírito chora por se desprender de seu manto carnale e acredite, nenhum frio é tão intenso quanto esta nudez. Não há tempo de pensar em mais nada, mas se pensa assim mesmo, pois todas as funções reagem autônomas na esperança de ser o braço forte que o puxará de volta a realidade. Um segundo dura dez anos de dor e toda a felicidade da vida passa em um segundo.. O primeiro beijo estalado, o primeiro tapa da mãe. O primeiro e o último qualquer coisa, não importa. O ar se foi e com ele o fogo e com ele a vida e com ela a graça de ler qualquer coisa e sorrir novamente e pensar que todo este ciclo começou com uma chama e depois com um sopro. Por favor, sopre dentro de mim e me preencha co sua atenção. Mão me interessa se não é sincera, se é por piedade ou paixão, só preciso desesperadamente ser preenchido com algo além de mim, pois a este apelo entreguei,,, meu... último... fôlego.