quarta-feira, 26 de outubro de 2016

CARD GAME INDIE - GUERRA ETERNA

Saudações queridos perdidos.


Estou desenvolvendo ( a passos MUITO lentos) um card game de fantasia onde se usa dados para resolver os combates ou ainda se pode resolve-los por disputa oral de habilidades.


Apesar do longo tempo que precede este anúncio, ainda há muito o que fazer, mas gostaria de dividir o status quo dele com vocês.









segunda-feira, 30 de maio de 2016

EDUCAÇÃO DOS FILHOS ANTES E AGORA - 1) DINHEIRO


É incrível o quanto se diz hoje em dia que os tempos bons são outros - aqueles que não voltam mais -  entretanto, pouco ou nada se faz para tentar ao mínimo reproduzir o que foi bom. Não devemos viver com a impressão contínua de estarmos no tempo errado ou nunca conseguiremos aproveitar as qualidades do presente. É preciso entender que apesar das coisas boas, as condições eram outras e nós também: estávamos do outro lado do livro de histórias, éramos as crianças e hoje somos os pais. Aliás, quantos de vocês contam ou lêem histórias para os seus filhos hoje em dia?

 

Este texto, na verdade esta série de três textos, tem por objetivo apontar algumas diferenças na criação dos filhos, de Antes e Agora, não para lhes ensinar o que é correto a ser feito, mas para ver de outra forma, sob outra perspectiva e tornar suas reclamações vazias ou fundamentadas.

 

Não tenciono esgotar o tema neste texto, até mesmo para expandi-lo posteriormente com a ajuda dos leitores, enfim: 


O DINHEIRO E A INSTAURAÇÃO DOS VALORES

 

Não desejo para meus filhos a pobreza do meu passado, mas insisto em repetir os valores aprendidos nele.

 

Crianças eram apenas crianças, e não pequenos adultos. Tinham tanta liberdade de escolha quanto os pais permitiam ter e não o quanto elas próprias o decidiam.

 

Ao ir a um restaurante, minha mãe dizia “você vai sentar ali, seu irmão lá e sua irmã aqui”. Hoje os pais dizem “Onde vocês querem sentar?”. Parece besteira ou exagero querer regular isso, mas ao escolher onde sentáríamos, minha mãe sabia quem precisava ter mais perto de si, quem precisava ficar onde ela podia vigiar bem, por saber do nível de traquinagem, e quem poderia deixar relativamente livre sem que os outros soubessem disso.

 

Ela olhava o cardápio por um tempo e dizia “Vamos comer isso e isso”. Hoje se diz “O que vocês querem comer?”. O ato relevante aqui é que quem pagava era ela, logo sabia dos limites financeiros desta refeição com relação ao restante do passeio, além disso, ao escolher, garantia que todos se alimentassem de verdade, ao contrário de hoje, pois ao permitir que as crianças escolham livremente, normalmente pedem apenas uma das opções de mistura ou acompanhamento, isso quando já não partem direto para a sobremesa, alegando nem estar com fome (mas é só sair do restaurante ou chegar em casa que anunciam que querem comer).

 

Normalmente na hora da sobremesa, minha mãe lia em silêncio a lista com mais de dez possibilidades e dizia “Tem isso ou isso para cada ou ainda aquilo para dividir. O que vocês querem?”. A escolha sempre existiu, mas de forma controlada. Desperdício nunca foi uma escolha. Sempre foi preferível repetir, comprar de novo, a deixar sobrar e não conseguir aproveitar.

 

Cresci com crianças que foram educadas com o valor do “Ter”: era pedir que os pais davam, simples assim. Hoje estas pessoas ou estão do lado errado da lei ou estão tão envolvidas em dívidas que duvido muito que consigam dormir tranquilamente todas as noites sem o fantasma de algum credor lhe assombrar.

 

Eu cresci com o valor do “Conquistar e Merecer”: tinha de me comportar, ir bem na escola e ajudar com alguma pequena tarefa de casa, aí os mimos vinham. Mas se engana quem pensa que era só escolher e o presente chegava, nada disso. A sabedoria instintiva e inocente de minha mãe ia muito além disso, pois a principal diferença entre o Antes e o Agora é o uso consciente da palavra “Não”. A ideia nunca foi inibir, proibir ou privar, mas valorizar a ocorrência do “Sim”. Eu e meus irmãos não podíamos comer doce todo dia, brincar na rua de baixo, comprar roupas da moda ou todo brinquedo diferente que aparecia na televisão e isso era um saco, mas quando minha mãe aparecia com uma guloseima, aquilo era como o espinafre do Popeye! Alegria pura! Quando ela nos presenteava com algum brinquedinho, não interessava quanto custou ou de que marca era, se era original, genérico ou artesanal. O que interessava é que um dia comum se coloriu com um mimo de quem nos amava.



Sempre tive o essencial de tudo e assim cada pequena melhora era uma grande vitória a ser comemorada. Hoje se quer tanto de tudo que as aquisições materiais deixaram de ser vitórias para serem “apenas mais uma compra”.



Acontece que alguns pais não percebem o motivo de algumas crianças se interessarem mais pela embalagem do que pelo próprio brinquedo. Não é a pompa, é o momento, a diversão - pura e simples – as possibilidades imaginativas e o mistério. Acreditem em mim quando digo que não é preciso comprar o brinquedo da moda que custa mais do que a compra de alimentos do mês; não é gastar dinheiro que faz a diferença, mas gastar tempo pensando em alegrar quem se ama.

terça-feira, 15 de março de 2016

MEU CORAÇÃO BATE POR TI - 11


Semana 11 – Robson, a felicidade inconsequente.

 

 Um dia há muitos anos atrás, em minha adolescência, eu estava no beco de casa conversando quando me surgiram duas figuras icônicas: um menino gordinho de cabelo engraçado sendo seguido por outro menor segurando uma maleta, no maior estilo “gangster do jardim de infância”, uma figura até respeitável, não fosse a voz fina e esganiçada ao me perguntar “Charles tá aí?”. Nunca mais deixamos de rir daquela aparição em nossas vidas.

 

O pequeno chefe era Robson e só para conhecimento, o que tinha na maleta eram Tazos – fenômeno entre as crianças da década de 1990.

 

Pouco tempo depois Robson entrou para meu grupo de RPG. Era um garoto difícil, e cresceu assim, impulsivo, brincalhão, desbocado, simplista e teimoso. Um amigo como nenhum outro. Bebemos muito juntos, mas as maiores doideiras e estripulias ocorriam sóbrios.

 

Conheci sua casa, sua família e fui acolhido por eles: a generosidade e o café da dona Gilva, o respeito da Thaís (ou seria Faís?) e a jovialidade engraçada do Gilberto (e os sapinhos na barriga). Sempre que volto à Vitória, preciso ir visitá-los para que saibam que não os esqueci e os levo em meu coração para sempre.

 

Vi o garoto crescer e amadurecer (de alguma forma tinha que acontecer), o vi vencer alguns demônios pessoais e se reconciliar com seu passado, parar de beber e se amarrar a outro coração.

 

Robson é a personificação da alegria, é a figura que faz piada apesar do desconforto. É aquele que enfrenta os problemas com objetividade e diminui a importância daqueles que não pode resolver. Não sofre mais que o necessário com aquilo que pode ser resolvido depois. É parceiro, caseiro e atencioso, quando precisa, mas tem uma barrinha de energia que se enche muito rápido e precisa dispersá-la o quanto antes para que não exploda e machque alguém, sobretudo a si mesmo.

 

Sou padrinho de seu casamento, assim como ele é do meu. Estamos ligados por laços de amizade tão fortes quanto o tempo pode permitir. Nossos filhos ainda brincarão juntos e quem sabe até vençam um dragão...

 

Robson, eu esboço um sorriso toda vez que lembro de nossas besteiras e torço que mesmo com as responsabilidades da vida adulta, nunca deixemos de ser assim: bobos.

 

Sucesso com suas escolhas.

 

Eu te amo, cara.

MEU CORAÇÃO BATE POR TI - 10


Semana 10 – Patrícia, é família “porque sim”.


Um dia, há quase sete anos atrás minha esposa me falou de uma mulher que trabalhava na mesma escola que ela. Estava apaixonada e ia se jogar nesta história, e nós decidimos ajudar de alguma forma. Desde então muita coisa aconteceu: muita alegria veio, o amor acabou, outras paixões divertiram, a crise do mundo veio e se foi algumas vezes, mas nossa amizade ficou. Sempre.


Patrícia gosta de ler tanto quanto eu e passo para ela todos os meus livros para podermos discutir a respeito em outro momento. Assistimos a séries, filmes e desenhos e depois os elevamos a objeto de análise. Sem nem saber, ela é meu “Clube do Livro” e até já virou personagem infantil em meus projetos literários.


É aquela pessoa que estrá sempre presente, mesmo que apenas pelo celular. Não tem medo de se sujar, nem preguiça de ajudar com as coisas da casa, do quintal, das crianças e da vida. Já nos apoiou, acompanhou e patrocinou nossas escolhas. Já participou de nossas jogatinas caseiras e nunca desfez a amizade depois de um +4 no UNO, mas já irritou pelo vício em Boogle SLAM ou por fazer jogo na mão em Monopoly DEAL. Bons tempos, boas coisas.


Patrícia tem uma personalidade marcante, um freio firme, um gênio forte, mas um bom senso equivalente e bem equilibrado. Temos visões diferentes sobre uma série de questões, mas conseguimos passar por isso e ainda render ótimas conversas a respeito. É amiga de minha esposa, de meus filhos e minha também. Tem as portas abertas em nossa casa, pois já mora em nosso coração e agora oficializamos esse apreço e confiança dando a ela nossa filha para batizar. – na mitologia cristã, um compromisso eterno, assim como a familia, mas é um parente que se pode escolher, e é isso moça: escolhemos você.


Escolhemos você não apenas para ajudar a criar ou cuidar, mas para agregar valor a vida de nossa criança, pois assim como a Fernanda, ela sabe ensinar e amar como mãe, e assim como eu, sabe ver o mundo com fantasia e poesia, sem tirar o pé chão, ou seja, bem-vinda à familia Albino Silva, ogra Pati.



Te amamos.

MEU CORAÇÃO BATE POR TI - 9

Semana 9 – Alonso, o amigo incompreendido


Alonso é aquele tipo de cara de gênio forte que precisa respirar fundo e contar até 3 pra não dar treta de vez em quando, ms na maior parte do tempo é uma pessoa super sagaz. Simpático, afável, riso fácil, se diverte com pouco. É atencioso, carinhoso e ingênuo. Essa ingenuidade o atrapalha às vezes, por não deixar que perceba de pronto quando estão se aproveitando da sua bondade para fazer piada ou tirar vantagem.


Está longe de ser um tolo simplório, mas ás vezes prefere deixar assim do que comprar uma luta que levaria a eternidade.


Quando eu saí de Vitória, nós não conseguimos nos despedir, até mesmo porquê minha saída foi menos anunciada do que deveria, mas ele foi o único que fez questão de me mandar um recado via MSN falando de nossa amizade, do que sentia com relação a minha partida e do que desejava de bom para mim. Eu chorei ao ler aquilo e até hoje tenho o texto.


Alonso, eu também te zoava, menos que os demais, todavia também o fazia. Não posso mentir um arrependimento, pois não cabe a pessoas como nós mentir para agradar, mesmo que seja uma pessoa a quem amamos. Sei que sabe do que estou falando, você é assim.


Eu te desejo sucesso em suas escolhas, mas torço que comece a correr mais riscos. Que saia de sua zona de conforto e se aventure mais. Ignore os fracassos, levante e tente de novo! Você é forte; aguenta porrada da vida, tá na hora de começar a ganhar experiência de vitória e não apenas de sobrevivência. Este não é um momento de bronca ou conselho de irmão mais velho, ó demonstração de afeto e preocupação.


Vai em frente que a vitória mais duvidosa é a que mais XP.


Assim como Fério fez um dia, bato a espada em meu escudo por ti, guerreiro!
Vai lá e vence!


MEU CORAÇÃO BATE POR TI - 8

Semana 8 – Jaime, o mestre órbita própria


Um dia, Diego, que era meu jogador de RPG mis jovem, perguntou se poderia trazer um amigo dele, ainda mais novo para jogar. Fui reticente, mas ao me lembrar da trajetória de Diego, permiti. Foi então que conheci o Jaime, um menino gordinho e cabeçudo a quem todos gostavam de caçoar - naquela época o nome disso era “amizade normal”.


Os personagens dele demoraram a vingar – menos o mago, este não vinga. Protagonizou boa parte de nossas lembanças engraçadas no jogo e fora dele. Enquanto isso, íamos crescendo. As pessoas foram seguindo seu rumo, traçando seus planos, tropeçando, levantando e começando de novo, porque se ainda resta 1 Ponto de Vida, não importa as adversidades, a luta ainda não acabou. e foi com este espírito de vencer uma batalha que nosso amigo, o então mais jovem, se preparou e passou no vestibular em sua primeira tentativa! Foi estudar física para entender o som e aprender a “gritar baixinho”.


Entretanto, essa vitória lhe deu forças e ele decidiu ir além. Não a próxima etapa, além mesmo; ele decidiu pular a Especialização e se aventurar direto em um Mestrado. Como às vezes acontece no jogo, ele tirou um sucesso crítico, mas desta vez não teve nada a ver com a sorte e sim com determinação e esforço.


Big Head cresceu e hoje sua cabeça até parece normal para o resto do corpo rsrsrs, desculpe Jaime, não sei fazer isso de outra forma... Mentira, eu sei sim, mas se não for assim, como vou poder te zoar de novo se estamos em aventuras tão distantes?


Já te disse antes e repito aqui: eu sinto muito orgulho de você, de sua coragem, determinação e capacidade. corre lá e grita kiai baixinho, porque hoje até a física se dobrará para seu sucesso.

Te amo cara.

Kiai!


MEU CORAÇÃO BATE POR TI - 7

Sermana 7 – Rodrigo, a fonte do desabafo


Quando o conheci aos doze anos, me apresentou o RPG e elevou meu conceito de contar histórias a outra potência. Sempre me vi com certa facilidade com as palavras, mas muita dificuldade nas relações. Eu tinha muitos problemas e a partir de então eu tinha com quem compartilhá-los de forma produtiva.


Aprendi muito sobre música, arte, poesia, literatura, sociedade e principalmente sobre mim, nas conversas que tínhamos. Eu cheguei a confundir minha admiração com uma vontade de ser ele, mas isso se resolveu da forma mais precisa possível: aprendi que há beleza em ser eu mesmo, até quando ninguém mais a vê, pois existem muitas formas de beleza, assim como muitas formas de ser.


É aquele amigo diferente que ensina até longe, mas nunca tem a postura de  professor. Só reage. Inclusive esta postura de reação o leva para todos os lugares, sem sofrimento ou receio. Se lhe surge a vontade de ser azul, ele é, se a vontade muda para ser salgado, muda também, hoje ele é pedra, mas amanhã é pássaro e desaparece. Ele é assim. guiado por sua alegra, tristeza e vontade. surgindo de repente e desaparecendo no momento seguinte, deixando marcas por onde passa, pois se tem algo que posso dizer que aprendi com este cara é nunca ser invisível e sempre me fazer lembrar, onde quer que seja.


Eu sempre amei ler, mas Rodrigo motivou meu amor pela escrita e quanto a isso sou muito grato.


Ele tem um poema que sempre me recordo quando preciso de energia. E é assim que quero marcar as pessoas, lhes proporcionando o que se lembrar quando precisarem de algo, seja coragem, energia, lágrimas, esperança ou reflexão. Não sei as exatas palavras, mas a ideia é:


“A vida anda mesmo muito escura
Minha vela queima nas duas pontas
E eu sei que suas chamas não durarão muito tempo
Ah, mas como é bela sua luz!”


Por este amor ao presente: Obrigado cara!

MEU CORAÇÃO BATE POR TI - 6


Semana 6 – Diego Simonelli - O sóbrio mais doidão que já conheci.
“A amizade não é algo que surge do dia para a noite. Deve ser conquistada e construída com o tempo”. Essa frase é profunda e verdadeira, mas apenas se estivermos falando de relacionamentos adultos, pois com crianças é exatamente o oposto: Se encontra em algum lugar, dá “oi”, brinca junto, pronto; amigo para sempre. Nem precisa ser melhor amigo, já que este vai mudando com o tempo, a estação ou o lugar onde mora.
Diego é um destes casos de amizade que não tem início memorável, nem fase de melhor amigo, mas que um dia começou e está claro para qualquer amigo dele, que durará para sempre!
Quando crianças éramos vizinhos e foi meu jogador de RPG mais jovem – tinha 7 anos quando começou a se aventurar pelas minhas histórias improvisadas de cavaleiros e dragões. E ali naquele espaço de tempo que duravam nossas sessões de jogo, fomos nos conhecendo, eu o pus a prova moral diversas vezes em cena e ele sempre passou. deve se lembrar que eu cobrava que tivesse boas notas na escola para que sua mãe não o proibisse de jogar por baixo rendimento escolar. Éramos vidrados em novos jogos e sempre que surgia um novo desenho animado, ele já me pedia para fazer um jogo do tal desenho. E eu fazia.
Eu o vi crescer – de verdade, estava lá quando a altura dele batia no peito, e saí de lá quando a minha altura batia no peito dele.
Já me pediu conselhos, encobriu minhas traquinagens, foi alvo das piadas de toda a turma e sempre esteve lá, seja para fazer companhia para ir a algum mercado (costume antigo...), pra jogar video game, tocar violão, guitarra, compor música e poesia. Ainda hoje me divirto ao lembrar de como o cara começava a rir sozinho, gargalhar do nada, e dizia que estava “lembrando de uma parada engraçada lá do colégio”.
O garoto cresceu. Virou homem. Estudou. Hoje é um policial militar, parceiro e pai!
É a personificação da vitória sobre todos os medos da infância.
E não importa quanto tempo passe ou quantos quilômetros nos separem, pois sempre que nos reencontramos lembro daquele menino que ouvia minhas historias, com seus olhos brilhantes e suas interações inusitadas e lendárias.
Sinto-me um pouco velho escrevendo isso, mas não consigo evitar...
Às vezes, quando sei que meu dia vai difícil e cansativo, eu lembro do que nossas mães diziam quando saíamos para o mercado juntos, e hoje ao pensar na sua profissão, difícil e perigosa, não consigo deixar de dizer o mesmo para você, amigo: “Toma cuidado. Vai pela sombra, e volta logo”.
Eu te amo, carinha. Tenho muito orgulho do homem que você se tornou, e tenho certeza que seu filho também terá.

MEU CORAÇÃO BATE POR TI - 5


Semana 5 - Douglas Souza, meu exemplo amigo de jornada positive.

A primeira pessoa de quem quero falar, fora do círculo familiar, é alguém que hoje trato como irmão, tamanha cumplicidade (e semelhança) estatabelecida em nossa trajetória de vida.

Um menino que teve de aprender cedo a se virar para conseguir o que precisava. Tem uma família presente, é verdade, mas é sobretudo um vencedor.

Nos conhecemos em uma mesa de RPG, tocamos no mesmo palco, bebemos da mesma garrafa e vibramos com o mesmo desejo de fazer arte.

Foi um motivador musical e um dos responsáveis por hoje eu acreditar que tudo o que já fiz, valeu a pena.

Vi o Amor chegar para ele e as piadas não perdoarem. Vi o rapaz entortar as costas de tanto carregar saco de cimento. Vi sua empresa surgir na sala de sua casa, crescer e morrer, só para retornar tempos depois, amadurecida, assim como ele.

Vi sua família surgir e crescer. Ele é pai - dos bons, e é responsável sem ser chato, assim como tento ser.

Fico feliz e orgulhoso com cada uma de suas vitórias, pois sei o quanto luta por elas e o quanto pensaram que nunca seria nada na vida por investir seu tempo no trabalho ao invés do estudo. Cada um reage de uma forma diante das escolhas que a vida oferece e posso garantir que pelo que sei de sua história, você é bem mais esperto e inteligente que faz parecer.

É um empreendedor, um vencedor e, pra mim, um exemplo de homem bem sucedido.

Parabéns bardo, hoje a arena é toda sua!

MEU CORAÇÃO BATE POR TI - 4


Semana 4 - Lenira, minha sogra.

Tanto se fala sobre sogra que tenho até receio de ser “do contra”, pois eu amo a sogra que tenho.

Ela foi decisiva para a construção de minha história, e não só por ter dado a luz à minha esposa, mas principalmente por ter me aceito e aberto as portas de sua casa e sua vida para mim. Se existe algo que poderia ter evitado minha vitória este algo seria o “não” da mãe da mulher que amo. Teríamos lutado, é verdade, mas seria sofrível. Foi o seu “Sim” que deu força ao dos demais e por isso, também, preciso gritar ao mundo o quanto sou feliz por termos nos conhecido.

Lê, confesso que gosto de te contrariar, mas penso nunca tê-la desrespeitado. Somos apaixonados pela mesma pessoa e queremos o sucesso da mesma família.

Obrigado por ter me aceitado na família e mais ainda por acolher a minha.

Eu conheço sua luta, compartilho de suas lágrimas e saudades, te aborreço por seus hábitos, mas te amo de todo o coração e só quero o melhor pra ti.

Vamos faiscando e sorrindo que assim nos entendemos, sem medo de errar, já que nossas faíscas não pegam fogo.

Já tem calor demais nesta família. Calor humano.

Te amo!

MEU CORAÇÃO BATE POR TI - 3



Semana 3 - Fernanda, minha esposa.


Tanto já falei e falo dela que nem sei se ainda há o que dizer… mentira, sempre terá, inclusive este é seu maior poder sobre mim: a capacidade de me fazer pensar várias vezes antes de dizer ou agir.


Sempre quero um pouco mais de você, mesmo sem palavras, quero estar perto. Às vezes me acho bobo, às vezes me sinto em falta por não poder presentear como gostaria, e daí tenho de inventar outra forma de agradar e me sinto ainda mais realizado por ver que gostou de meu “esforço“ e se derretendo em meus beijos.


Nos dizemos todos os dias que nos amamos e nunca senti que este amor enfraqueceu ou rotinou, embora esteja claro para ambos a importância da rotina na manutenção de uma família.


Obrigado por ser minha amiga, namorada, esposa e amante!


Sabe como o número 3 é importante em minha vida, mas sabe também que você é a número 1 do meu coração.

Eu te amo, e a tudo o que construímos juntos até aqui e o planejamos ainda construir.

MEU CORAÇÃO BATE POR TI- 2


Semana 2 - Franciele, minha irmã

Sempre foi minha parceira, desde a infância. Já foi meu tormento quando eu queria sair, você começava a chorar e eu tinha de voltar, já foi minha rival, quando a adolescência chegou e penso que sem notar, disputávamos o Amor e a atenção da mamãe, mas sempre, sempre estivemos perto.

Hoje moramos longe. Cada um com sua história, sua família. Somos compadres no batismo cristão de nossos filhos e assim, também, continuamos perto.

Torço por suas lutas, comemoro suas vitórias, sofro com seus problemas e me orgulho de suas escolhas, nem todas, é verdade, mas sempre estarei do seu lado.

Quando criança te fazia chorar, pois era meu papel de irmão do meio, ser o chato. Hoje só quero te ver sorrir e farei o que puder para te ajudar a fazê-lo.

France,
Eu te amo maninha.
O “Mão” está longe fisicamente, mas sempre estará aqui, com a mão estendida para você.

MEU CORAÇÃO BATE POR TI - 1



Semana 1 - Dona T., minha mãe.


Por muito tempo em minha adolescência, pensei que minha mãe fosse a origem de meus problemas. Entendi por fim, o quão tolo fui por pensar assim, ao perceber, tardiamente, que era a pessoa que mais queria ver o meu bem e a minha felicidade. Ela, inclusive, queria fazer isso bem mais do que eu, na época.


Aprendi a duras penas que ser mãe e pai requer escolhas difíceis, e a minha, que fazia o papel dos dois, num lugarejo que quer ser o Rio de Janeiro, mas tem a moral de Minas Gerais, teve de ouvir muitas inverdades e grosserias para ser a melhor das “mães solteiras” que alguém poderia ter.


Sabemos como essa classificação é ridícula, mas muitas pessoas são ridículas.


Ela, uma mulher sozinha e sem estudo, ganhando não mais que um salário mínimo a vida toda,  criou dignamente 3 filhos.


E tenho plena ciência de que isso não foi fácil: as artimanhas e problemas do Fábio, as encrencas e namoros da Franciele e o albinismo e a depressão do “Alemão“. Ela venceu tudo. Brigou por nós, chorou por nós, foi humilhada e se humilhou por nós. Já se anulou por nosso bem-estar, já perdeu o sono e já visitou hospitais bem mais do que qualquer um gostaria, tudo isso para ficarmos bem.


Minha mãe sempre foi franca conosco, mesmo sem tino, sempre disse o que tinha de ser dito ou ensinado e nós nem sempre ouvimos na primeira vez, mas mãe,digo mãe presente, tem o poder de estar certa, mesmo quando toda a lógica do mundo diz que estão erradas.


Hoje os 3 bebês estão casados e com filhos, um concluiu a faculdade, outro está em curso, e outro pensa estar em Cristo. Podemos dizer, sem medo se errar que ela foi muito bem sucedida nesta missão, embora continue a se preocupar conosco e enquanto adultos, nos preocupamos com ela também.


Não poderia começar esse projeto de homenagens às pessoas vivas de minha vida, falando de outra pessoa.


Mãe, sei que não acessa a internet, mas conseguirá ver ainda assim. Eu te amo demais e quero que saiba que hoje entendo cada uma de suas escolhas e que mereci cada uma de suas broncas.


Luto por cada conquista em minha vida, seja acadêmica, artística, pessoal ou profissional pensando em de alguma forma, te deixar orgulhosa de mim e saber que fez tudo certo.


Reconheço sua luta e te uso de exemplo na criação dos meus filhos, que pensam, de verdade, que a senhora também é criança, por ter dito isso a eles e por mostrar toda vez que sabe brincar como uma… Isso explica muito de minha relação com o mundo.


Obrigado por tudo, minha guerreira, exemplo e amiga.


Dona T., Terezinha.
Sou o artista da família, mas a minha salva de palmas é para você!


Te amo.



quinta-feira, 10 de março de 2016

A INTOLERANTE, OS APAIXONADOS E O TELEPATA

Entrei no ônibus e me sentei ao lado de uma senhora. Continuei a leitura de um livro que trazia comigo para estas ocasiões, e então percebi a inquietação de minha vizinha de assento. Olhei para o banco da frente ao nosso e percebi (pela fala e trejeitos) que os ocupantes - dois rapazes - eram gays, e conversavam bem baixinho sobre preferências musicais e artisticas.


Perfeitamente normal: gente se gostando e gente desgostando de gente se gostando.


Até que em dado momento, as preferências combinaram e um deles, feliz, deu um beijinho na bochecha do outro. A mulher não emitia som algum, mas fez uma cara de tamanha surpresa seguida de indignação que eu me surpreendi dela não ter enfartado ali. Passou a balançar a cabeça negativamente, quase não se contendo.


Por coiscidência os rapazes desciam no mesmo ponto que eu, pois se levantaram para sair. Daí quando o ônibus abriu a porta, eu não resisti; me aproximei mais da senhora e sussurrei em confidência:


- "Se mais alguém pudesse ouvir o que você pensou, estaria bem encrencada..."


Desci do ônibus e a vida segue normal, mas acho que até agora aquela senhora está com aquela cara de espanto e se perguntando se deixou escapar algo ou se eu ouvi mesmo as merdas que ela estava pensando.


Cuidado crianças, pensar alto também ofende.

A FONTE DO DESABAFO - 2


MERGULHANDO


Acho que separei minha tristeza pra não me machucar.
Guardei minha melhor tristeza pra você, pois era feliz ao ser triste contigo.
E quando você não apareceu eu sofri.
Mas um sofrimento diferente…
Um sofrimento semelhante ao coitado que ao morrer, percebe não existir deus algum a quem recorrer, nem demônio algum para lhe purgar os erros por meio da pancada. Apenas o vazio interminável e um bando de gente perdida com quem não se consegue conversar.
Percebo hoje que você nunca existiu além de mim, e por isso dói tanto. Eu te criei para filtrar a dor de existir e quebrá-la em tantos pedaços que fosse possível suportar de cada vez.
Mas ela nunca foi embora…
Já esteve tão minúscula que até cheguei a pensar que era feliz. Eu me permiti sonhar, fazer planos e acumular algumas vitórias…
Tudo isso para aumentar a profundidade do poço em que seria jogado quando ela voltasse!
Como sabe, sou filho da sombra. Apesar de portar alguma luz, é na penumbra que me realizo, é na escuridão que me desnudo e nas trevas que me calo.
Preciso mesmo de um público, eu sei. Minha pequenez se agiganta quando estou só por muito tempo.
Preciso… eu preciso…
Eu preciso ser você! A Fonte do Desabafo, claro! Poder ouvir todas as histórias, sofrer e gozar junto, sendo a peça fundamental de tantas vidas! Aquele a quem se recorre sem nunca duvidar de sua discrição. Aquele que no silêncio traz todas as respostas omitidas pelo coração de quem pergunta! Aquele que se apraz com tanta dor sem nem chegar perto de ser egoísta... ou... cruel…
Espere aí… eu entendi…
Eu entendi!
Eu já sou você!
Tantas pessoas desejam que sua dor seja menor, que toma parte delas para si, cria essas consciências autônomas e as conduz ao redor dos sofredores originais…
É aqui que acaba, não é mesmo? Tendo adquirido a ciência de tudo, volto a ser uno…
É este o mistério da vida! Assim que se descobre quem é e o que pode fazer, as dores ficam mais fáceis de suportar.
Sendo assim, sejamos um.