sábado, 8 de setembro de 2012

FÔLEGO

É impressionante como não damos valor às coisas básicas até que elas façam falta. O que é lógico para a maioria das pessoas é que só existe beleza na novidade. Como entender a glória de enxergar sem nunca ter ficado sem ver? Que graça há em respirar para quem nunca se afogou? Na água, na fumaça ou em si mesmo, não importa. Não respirar é desesperador. Incapacitante. Vestir um manto de impotência e não conseguir desabotoá-lo. O corpo treme e o espírito chora por se desprender de seu manto carnale e acredite, nenhum frio é tão intenso quanto esta nudez. Não há tempo de pensar em mais nada, mas se pensa assim mesmo, pois todas as funções reagem autônomas na esperança de ser o braço forte que o puxará de volta a realidade. Um segundo dura dez anos de dor e toda a felicidade da vida passa em um segundo.. O primeiro beijo estalado, o primeiro tapa da mãe. O primeiro e o último qualquer coisa, não importa. O ar se foi e com ele o fogo e com ele a vida e com ela a graça de ler qualquer coisa e sorrir novamente e pensar que todo este ciclo começou com uma chama e depois com um sopro. Por favor, sopre dentro de mim e me preencha co sua atenção. Mão me interessa se não é sincera, se é por piedade ou paixão, só preciso desesperadamente ser preenchido com algo além de mim, pois a este apelo entreguei,,, meu... último... fôlego.