quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Trilogia Ébria (Parte 2) - Coquetel de Versos



Certa noite saí com alguns amigos para uma rua de barzinhos. Não fui beber, fui estar lá.

Peguei um táxi para as estrelas e rapidamente cheguei na supernova mais lamacenta que puderam me indicar.

Adoro imaginar que as estrelas são anjos teimosos, bêbados e brilhantes...

Cada grupo que encontrei recitava um copo ou uma garrafa, quando não os dois ao mesmo tempo:

- Garçom, me trás um discurso!
- Só tem poema.
- Trás essa merda, mas com gelo e limão!


A poesia escorre dos copos
Desce pela garganta
Gelada, refrescante, purificadora!
Arregalando os olhos
Preparando um sonoro: Ah!
Delícia de vida fudida!


O caos delicioso
A ordem espumante
Os copos quebradiços
E as gargantas cegas gritam alegres
Comemorando toda sorte de azar,
Pois no amanhã terão de calar...


Geometria, impulso, prazer,
Sinuca, Sivuca, beber,
O estalar das esferas
Ex-belas não são,
Já que ainda choro
Com a bola 8 na caçapa do canto.


Bebo desejos caretas,
Arroto as preocupações,
Ressaco a brisa
E tropeço nos dias
Esperando o próximo final de semana
Que é onde começa minha felicidade.


- Táxi! Me leve pra outra consteãção!

***

Sorria, pois é a luz que preciso quando olho o céu... E se eu não ver: grite, pois ainda é possível fazer isso.

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